Mais de 100 mil pessoas já se cadastraram para buscar direitos contra vazamento de dados do SERASA

Instituto SIGILO concentra buscas de interessados em ação judicial que pode render indenização de R$ 30 mil para cada vítima

O Instituto SIGILO (Instituto Brasileiro de Defesa da Proteção de Dados Pessoais, Compliance e Segurança da Informação) acaba de informar que o número de brasileiros que se cadastraram como interessados em saber se suas informações pessoais estão presentes no mega vazamento de dados envolvendo a Serasa Experian, que já ultrapassou a marca de 100 mil pessoas.

Em dezembro, a instituição colocou no ar um portal com o objetivo de permitir o acompanhamento a todos os interessados sobre o andamento da Ação Civil Pública relacionada ao caso. Por meio do endereço https://sigilo.org.br/caso-serasa/, a entidade oferece as novidades sobre o processo e capta assinaturas para uma petição que será juntada aos autos.

O fundador e presidente do SIGILO, Victor Hugo Pereira Gonçalves comenta que esse engajamento exponencial à causa além de ser fundamental para o caso em questão, representa também um marco na luta da sociedade brasileira contra os abusos praticados contra sua privacidade.

“A participação popular neste tipo de ação tem o caráter didático e preventivo. Ao perceber que as pessoas não aceitarão mais que suas informações sejam usadas de forma incorreta, as organizações passarão a pensar duas vezes antes de optar por não agirem de acordo com as melhores práticas”, ressalta.

Histórico do caso

Com a alegação baseada em notícias publicados pela imprensa de que a SERASA teria comercializado junto a terceiros as informações pessoais de um volume superior a 223 milhões de brasileiros, O SIGILO ajuizou a ação em 2021 quando pedia entre outras coisas uma indenização de R$ 15 mil para cada pessoa prejudicada. No final de novembro, por uma iniciativa da Procuradora da República, Karen Louise Jeanette Kahn, o Ministério Público Federal (MPF) se tornou coautor da ação e solicitou o aumento da indenização às vítimas para R$ 30 mil. 

De acordo com as informações usadas pelo SIGILO para basear o pedido, a prática da SERASA envolveria dados que revelam hábitos das pessoas como como o comportamento de consumo na internet, históricos de compras, além de endereços de e-mail, dados da Previdência Social, de renda, da Receita Federal, e até a possibilidade de acesso a dados de cartões de crédito e de débito.

Sobre O SIGILO

O Instituto SIGILO foi criado em 2018 com a finalidade de construir coletivamente soluções a problemas relacionados às áreas de proteção de dados pessoais, segurança da informação e compliance.

Consideramos que estas situações são tratadas geralmente após a ocorrência dos fatos e de maneira superficial, portanto, sem enfrentar toda a complexidade que envolve estes temas.

Sendo assim, o Instituto desenvolve esforços para influenciar a formulação de políticas e a alocação de recursos públicos para soluções em segurança da informação, proteção de dados pessoais e compliance, educação, câmara de mediação e arbitragem, relatórios de incidentes de segurança da Informação e consultoria. Para mais informações acesse: https://sigilo.org.br/

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